quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

POETRY WALES: revista galesa de poesia

O quê?

Lançamento da revista Poetry Wales, do País de Gales, com poemas de poetas brasileiros como Flávia Rocha, Dirceu Villa, Rodrigo Petronio e Virna Teixeira, além de poetas do Reino Unido, Argentina, EUA e Canadá.

Estarão presentes Robert Minhinnick, poeta e editor da Poetry Wales, e o poeta Iwan Llwyd, que também discutirão a poesia de Dylan Thomas no encontro.

Quando? Onde?

7/12
Sexta-feira
às 19:30h
na Academia Internacional de Cinema (AIC)
Rua Dr. Gabriel dos Santos, 142
11 3826 7883 Higienópolis SP
aicinema.wordpress.com
ENTRADA FRANCA

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

HOJE



Hoje tem o lançamento da revista Modo de Usar & Co. Publiquei algumas coisinhas nela. Ainda não tive a revista em mãos, mas pelo prospecto ela promete. Editores: Angélica Freitas, Fabiano Calixto, Marília Garcia & Ricardo Domeneck.

Todos os simpáticos leitores (& não menos simpáticas leitoras) convidados para a agradável efeméride, claro. Endereço abaixo.

FEIRA MODERNA
RUA FRADIQUE COUTINHO, 1246/1248
VILA MADALENA - SÃO PAULO - SP
CEP 05416-001
TELEFONE: 3032-2253

[EDIT.] Neste dia 5, posso afirmar que a revista é excelente. Provavelmente a melhor revista de que já tenha participado. Recomendo enfaticamente à leitora e ao leitor, sem dúvida.

TED BERRIGAN

Ted Berrigan, tela de Alex Katz, 1967

Não faz muito tempo que Ted Berrigan (1934 - 1983) teve sua obra poética reunida num volume por sua segunda esposa, a também poeta Alice Notley. Isso aconteceu no Ano do Senhor de 2005. APESAR disso (e também, é claro, por isso), Berrigan é ainda um perfeito desconhecido por aqui.

Fez parte da chamada New York School (embora, francamente, esse negócio de escola já não fosse o cabresto que costumava ser) & eu o lembro aqui por um dos livros muito importantes que escreveu, The Sonnets. Fazia muito tempo que o soneto não ganhava nenhum destaque, mesmo porque sua forma na maior parte das vezes exibia apenas o esgotamento do uso repetitivo.

Mas Berrigan revitalizou o soneto tomando a base da forma antiga e injetando nela aspectos composicionais que a repropõem como estrutura pequena, argumentativa e por vezes musical (o soneto já desviava da proposta efetivamente musical de sua antecessora, a canção): esses aspectos são a fragmentação do discurso & o uso formal do verso livre (que na verdade utiliza uma idéia de limites métricos) .

O resultado é de um frescor inédito para esses últimos 150 anos de emprego da forma, muitas vezes puramente inercial, mecânico, insensível formalmente. Traduzi apenas o 53, mas é um livro que pede para ser lido e apreciado in toto, o que sugiro à leitora & ao leitor sempre curiosos.

Dos Sonetos

LIII

Sobre a página o poema é maciço como
as coxas de Anne eeee corpo a corpo quente nos deitamos
Serenos sob as dobras doces, brilho frio
em nosso branco ardor eeee faminto eeee saboreado e
Indo ao cinema eeee combustão atordoante
em toda parte! eeee como Gertrude Stein em Radcliffe,
Patsy Padgett repleta com barriga adolescente! eeee todas
grávidas num átimo e ninguém feliz!
Ó beijos úmidos, o poema sobre a página
Pode contar de dentes que jamais imaginou
que mordessem, ou nem ser reconfortante! Bebês
não são Etimologia ou pontos numa tábua eeee ou sonhos
de correspondência! eeee Foder é tão charmoso
Quem pode dizer não a isso depois?